Da condução, ou... Vou atirar o meu carro ao rio!
Gosto de conduzir. Tenho carta à quase 9 anos e logo no ano em que a tirei (tirei não, que ainda custou uns bons tostões ao meu Pai!), no Verão, fui de férias com os meus pais para o Norte/Galiza, e quando voltámos vim eu a conduzir uma Toyoya Hiace do Porto até Lisboa, o que para uma chavala de 19 anos é um feito e pêras!
Nunca tive medo de conduzir, apesar de alguns acidentes que (infelizmente) já tive ao longo destes anos, uns com mais gravidade do que outros, graças a Deus nunca sofri nada, fisicamente.
Tenho um carro que adoro, apesar da sua provecta idade de 13 anos (um adolescente, bem vistas as coisas, mas nisto de carros a idade é uma coisa MUITO esquisita...), porque porta-se bem, tem um motor impecável e é muito melhor do que os carros de alguns amigos meus :DDD. No entanto, creio que o sentimento não é mútuo. Senão vejamos:
1. Tive um acidente com um taxista à coisa de 5 meses. Mau, muito mau. Pára-choques da frente em baixo, radidador a suplicar sucata. Como é óbvio (?) não tenho seguro contra todos, pelo que o carrito lá ficou paradito à porta de casa à espera do dia de ir para a oficina. De vez em quando lá o ligava,
noblesse oblige. O bendito dia chegou. Lá foi. E por lá ficou, que eu não tinha pressa (nem dinheiro, acima de tudo!) até porque posso ir para o trabalho a pé. No princípio deste mês ligam-me da oficina "Já está pronto, podes vir buscá-lo" anunciam-me no dia da tarde. Ia a caminho de casa, fiquei em pulgas! Parecia que ia buscar o meu primeiro carro... :) No dia seguinte lá fui, estava lindo, lindo! Impecável... Ou talvez não, que persistia o problema da embraiagem demasiado dura. Nada que eu não estivesse já habituada, qua andava assim há uns bons meses. "Daqui a um mês, mais coisa menos coisa tratamos disso que agora estou nas lonas". Assim como assim treinava a perna esquerda (!) Boa, já tenho carro outra vez!
2. Fui buscá-lo numa 5ª feira ao final do dia. Na 2ª feira seguinte,
do nada, a caminho do trabalho, fico sem piscas. Nada. Medo. E agora? Eu sei que eram
só os piscas mas fiquei a bater mal. Chego ao trabalho, estaciono e verifico. Pisca para a direita? Não. Pisca para a esquerda? Não. Mínimos? Sim (ufa!). Médios? Sim. Máximos? Sim. Menos mal... Deixa lá só ver uma coisa... Quatro piscas? Sim. Sim?! Deves estar a gozar comigo ó cota! Como é que para um dos lados não piscas e para os dois já piscas??? Tá-se bem, não vou stressar... Falei com
ele que me disse que podia ser o fusível. Claro, tens toda a razão, como é que eu não me lembrei disso? Mais pesquisa, menos pesquisa no livro do carro e lá descobrimos (descobri eu, olhó caraças!) onde eram os fusíveis. No dia seguinte tirei o malvado, comprei um novo (€0,25 dá para acreditar?), pu-lo no sítio, pisca para a direita e... puffff! Mais um fusível queimado. Ok, isto requer medidas drásticas. Electricista no Sábado. Blábláblá, rebéubéu pardais ao ninho no final do mês telefono-lhe para combinarmos eu vir cá trazer o carro que agora
não tenho dinheiro. Tudo bem.
3. Na 4ª feira seguinte chovia.
ele precisava de ir ao médico a Lisboa. Pediu-me o carro. Tudo bem, bláblablá, não tem piscas, blábláblá. 14:00, foi-me levar ao trabalho. 14:20, "olha, sabes uma coisa? não tens carro". Glup. Suores frios. Medo. Uma amálgama vermelha de chapa na minha mente (sim, admito, com vergonha,
só me lembrei do carro! mas caramba, ele estava a falar normalmente, ele estava bem! nem sequer raciocinei que se fosse um acidente que me tivesse desfeito o carro ele não estava bem, por isso não podia ser um acidente). "O que é que aconteceu?" "Partiu-se o cabo da embraiagem" "Foda-se mais à merda do carro tou farta dele blábláblá blábláblá" "Ainda o consegui levar para minha casa..." "Ok, menos mal, pensei que pudesse ser outra coisa, não te sintas mal, não te preocupes".
4. Ontem à noite, finalmente, o tipo da oficina foi buscar o carro. Levou-o para a oficina. Hoje às 9:00 "Olha, o carro não pega! Sabes o que é?" "Não pega? Hum, desligaste o imobilizador do alarme?" "Sim, ontem à noite também e pegou, hoje é que não" "Pois. Não sei... Buáááááá" "Deixa lá, a gente vê o que se passa". Obrigada.... Buááááááá
E então, tenho ou não razão? O meu carro não gosta de mim! Opá, se quiseres que eu me mande ao rio é só dizeres, ó lata velha!