segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Há 10 minutos atrás,
a caminho do trabalho, reparei na quantidade industrial de folhas secas espalhadas pelo chão.
(lindo, lindo!)

Não vou aqui especular sobre quem terá sido o engraçadinho que se divertiu a recolher todas as que caíram desde que começou o Outono (que sim, já começou há dois meses atrás, caso ninguém tenha reparado) e se entreteve a espalhá-las pela rua este fim-de-semana. Esta noite, vá.

O que me leva a escrever sobre a queda das folhas no Outono, coisa que não faço desde.... a 1ª classe (quando fiz aquela maravilhosa composição "O Outono"), é a questão dos escoamentos... Prosaica, hum?

É que está-se mesmo a ver: não tarda estão aí aqueles dias em que chove e chove e chove e chove e cho... enfim, aqueles dias em que cai água dia e noite, sem descanso, e depois é ver as ruas com rios de água e porquê? Porque as sarjetas vão estar entupidérrimas (esta é à tia LOL) de folhas, duhhhh!

Ah!, mas eu tenho a solução! Ninguém me perguntou, ninguém me paga nada, NINGUÉM NUNCA PENSOU NISTO!!! Que tal começar a pôr aqueles-chulos-que-vivem-à-nossa-conta-sem-pagar-casa-nem-comida-nem-água-nem-luz-nem-roupa-lavada-nem-nada-que-são-os-nossos-presos a limpar as estradas, hum???

É que isto de estar preso é muito bonito mas é quando não nos sai do bolso! Agora, pagar as vidinhas dessa gente e eles não fazerem nada em troca é que não!

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posted by Papoila at 14:00 | Permalink |


11 Comments:


  • At 19 novembro, 2007 15:02, Blogger Nuno Andrade Ferreira

    Custou, mais ou menos, isto.

    http://www.pixmania.com/pt/pt/456015/art/canon/eos-400d-ef-s-18-55-mm-ef.html

     
  • At 19 novembro, 2007 15:08, Blogger Papoila

    Ena, que rapidez! :)
    Muito obrigada!

     
  • At 19 novembro, 2007 15:51, Blogger Rita Maria

    Acho esse um argumento desonesto.

    Vivemos numa sociedade que decidiu que a forma de castigar os seus criminosos e de tentar reabilitá-los era retirar-lhes a liberdade. O resultado foi um sistema prisional que lhes retira não só a liberdade mas também muitos outros direitos (o direito à vida familiar e amorosa, ao acesso oà educação em condições de igualdade, etc.). Talvez isso não faça deles uns coitadinhos, mas eu acho que privar um ser humano da sua liberdade é castigo mais que suficiente.

    Na verdade, se tiveres contacto com eles, descobrirás que para a grande maioria poder fazer trabalho comunitário seria uma alteração bem-vinda face à possibilidade de passar todos os dias entre quatro paredes a, como tu dizes, "gozar a boa vida e não fazer nenhum".

    No entanto, não podes pegar simplesmente em alguém a quem um sistema penal condenou a "prisão" e transformar a pena em "prisão e trabalhos forçados". Não podes porque não foi a isso que o juiz decidiu condená-los e não podes acima de tudo porque o facto de estarem presos não os torna um esquadrão de voluntários obrigatórios para tudo o que nós, cidadãos exemplares, decidirmos mandá-los fazer. POrque o Estado tem o direito de os privar da sua liberdadee de os encarcerar, mas a sociedade moderna decidiu que isso chegava.

    E depois, o que isso significava era que a quantidade de jardineiros ou de varredores de rua podiam ir para a fila do subsídio de desemprego.

    O que dava um quadro social fantástico: trabalhos forçados para os da "boa vida" (leia-se prisões com condições criticadas por todas as organizações de direitos humanos) em pleno séc.XXI e milhões a receber subsídio de desemprego graças aos teus impostos, provavelmente gente que gostava de estar a trabalhar.

     
  • At 19 novembro, 2007 18:04, Blogger Ana

    Ora nem mais...
    A Rita retirou-me as palavras...

     
  • At 19 novembro, 2007 19:05, Blogger Piston

    Estamos portanto perante uma defensora da abolição das prisões.
    Ou morre ou vem trabalhar?

    Acontece que muitos deles estão lá dentro porque não faziam isso mesmo...

     
  • At 19 novembro, 2007 21:21, Blogger IandU

    Pronto, os presos não!
    Mas os que estão no fundo desemprego, a receber os subsidios que toda a gente ajuda a suportar, e vão a entrevistas e fazem de proposito para continuar no fundo de desemprego?
    Esses acho que sim, que já podiam fazer esse serviço! Ou pelo menos não recebiam mais o dinheiro, porque demonstram que não estão tão mal assim!

     
  • At 20 novembro, 2007 09:59, Blogger Papoila

    Ora vamos lá ver uma coisa...
    Eu não sou obviamente defensora do fim das prisões; também não acho que um preso que tenha sido condenado a uma dada pena cumpra outra (pequeno aparte: não conheço a fundo (nem à superfície, já agora) o sistema penal, as leis, as penas etc etc etc). Mas acho, sim, que se calhar algumas coisas deviam ser mudadas e EM VEZ de estarem enclausurados entre 4 paredes, algumas dessas pessoas deveriam fazer trabalhos comunitários, limpeza de ruas, de florestas, de praias, etc.
    Sim, existem esses profissionais (jardineiros e varredores de ruas), mas é um facto que TODOS os anos quando chega a altura das chuvas existem problemas de inundações TAMBÉM por falta de limpeza das estradas; TODOS os anos no Verão existem fogos TAMBÉM por causa das matas não estarem limpas. Ou seja, existem esses profissionais, que existem, mas onde é que estão quando são precisos? Se eu ontem vi algum a limpar as folhas secas da estrada? Não. Se eu hoje vi algum? Não!
    Claro que existem crimes que "pedem" prisão, na minha opinião alguns deles prisão perpétua! Agora, existem outros que podiam ser punidos de forma a COMPENSAR a sociedade civil do mal que foi feito, e não simplesmente privando-os da liberdade. Que sim, é uma pena duríssima, o pior que nos pode ser feito. Por isso mesmo, acho que para alguns crimes é demasiado dura a pena de prisão, na minha opinião devia-se optar por esses trabalhos "forçados".

     
  • At 20 novembro, 2007 11:01, Blogger Ana Pessoa

    Vou pegar num comentáro aqui posto, e responder, na minha optica, ponto a ponto. sei que a papoulita não se importa.

    Dependendo do crime, não acho que privar da liberdade seja castigo suficiente.

    Se falarmos de roubar para comer, se calhar é, mas vivemos numa sociedade onde sabemos que há normas, e sabemos que preço pagamos se não as cumprirmos, por isso...

    Se falarmos em rapto/abuso de pessoas, especialmente crianças, não acho. Aliás, pessoalmente, até acho muito pouco. Acho que essas pessoas deviam ser lembradas diariamente (e fisicamente) do que fizeram a quem não se pode defender. Isto torna-me um animal? Se calhar sim, mas também não é ao acaso que eu me torno leoa no que se concerne ao meu filho (penso que é generalizado aos pais e familia das crianças)

    Direito à familia e vida amorosa? E aqueles a quem essas pessoas privaram disso? Secalhar esses não importam, já são vitimas coitados...

    Acesso à educação? Até têm aulas, e cursos que conferem especialização. Mas pronto, devo ser a única a saber disso, pelos vistos.

    Eu tenho experiencia com a prisão e os reclusos, ou seja, com contacto com eles, portanto posso comentar. E informo que já aconteceu irem-me bater à porta de casa (nem sei como conseguiram a minha morada) porque em vez de estarem no tal "trabalho comunitario" estavam a passear. Sim, e aconteceu, porque eu trato as tais pessoas como seres humanos que penso que são.

    Trabalhos forçados? Não me parece, porque esses não são remunerados, ao contrário dos efectuados nas prisões portuguesas.

    Fila do subsidio de desemprego. Então é para aí que vão os que tratam dos animais e dos parques recreativos? Ah, quer-se ver que não sabia que há prisões que têm acção social? Mais um lapso, por certo...

    Ah, já agora, os meus impostos pagam jogos de futebol, ensino na prisão, actividades recreativas (como televisões, salas de estar, bibliotecas, entre outros), deslocações de conjuntos musicais, formação, apoio pedagógico e psicológico, entre tantas mais coisas de reclusos portugueses e não portugueses (sim, também há esses coitadinhos que vêm de outros paises cometer crimes em Portugal)

    xxx

    A

     
  • At 20 novembro, 2007 13:31, Blogger Rita Maria

    Claro que temos pessoas a menos para fazer esses trabalhos. E isso não era caso para por os desempregados a fazê-los mas caso para criar esses empregos, porque são necessários e oferece-los a essas pessoas. E até concordo que haja um limite de ofertas que possam ser recusadas, isto não é o da Joana.

    Dito isto, eu não tenho nada contra o trabalho comunitário e concordo em absoluto que poderia ser uma alternativa sensata a muitas penas pequenas. Tudo o que aposte na reabilitação como componente tão importante como o castigo tem desde já o meu apoio.

    Tenho já muito contra lógicas como "e aqueles a quem eles tiraram esse direito?" e coisas semelhantes. Parece-me que já ultrapassamos a fase do "dente por dente" e que podemos concordar que os direitos humanos são para todos - dos grandes facínoras ao ladrão de bairro. (por falar nisso, conheço muito bem o universo da educação nas prisões por via de quem a tenta fazer - professores e organismos - e as resistências que enfrentam).

    O que às tantas até não quer dizer que eu não desse um tiro a alguém que estivesse a tentar fazer mal aos meus irmãos, no momento. Todos sentimos esta necessidade.

    Mas é por isso que acredito na necessidade da existência de uma justiça independente, de leis e de um Estado. Que proíba a tortura (essa da lembrança física foi forte)e garanta a dignidade de cada um e que não separe o mundo em grandes malandros que devem levar chibatadas todos os dias e cidadãos exemplares (e ainda por cima não conheço nenhum).

    Alguma coisa nos separa do sistema judicial dos países árabes e eu tenho orgulho nisso. E alguma coisa fez de Portugal um dos primeiros países do mundo a abolir a pena de morte e eu tenho orgulho nisso também. E acho que devíamos ter todos.

     
  • At 20 novembro, 2007 13:40, Blogger Rita Maria

    Na verdade, garanto que estou bastante bem informada sobre a situaão das prisões em Portugal. Do lado português e do lado dos relatórios internacionais que as analisam. Disponibilizo links para quem quiser.

    E nunca planeei fazer de ninguém um coitadinho nem uma vítima, acredito piamente no livre arbítrio. Sobre essa dos "estrangeiros que vêm de fora cometer crimes para aqui", nem sei o que diga. Se o que queres dizer é "vai cometer crimes para a tua terra", força.

    Quanto à fila do desemprego, a única coisa que quis dizer foi que a lógica de por presos ou outro tipo de voluntários a fazer trabalhos que, pelo sru volume justificam postos de trabalho permanentes, é nefasta. Porque o país precisa destes postos de trabalho, o país precisa de tirar gente do desemprego e po-la a fazer coisas úteis.

    ESPECIALMENTE no caso das florestas: não se pode despedir metade dos guardas florestais e depois rezar para que tudo funcione na mesma, e isto não se resolve com voluntários.

    Mas isto já não tem a ver com nada.

     
  • At 20 novembro, 2007 16:16, Blogger Ana

    Meu anjo, Eu sei ninguém está aqui a julgar ninguém(penso eu) mas a descrição da Rita acenta-me que nem um luva! Não conheço nem estou a par desse tipo de leis mas sei que para muitos dos presos seria bem melhor estarem a prestar esse tipo de serviços do que encarcerados. Em Gaia(Miramar) já vi e vejo com alguma frequencia, presos a tratar dos jardins, a colocarem gravilha e esse género de coisas. Isto é só um exemplo.

    Falo-te de uma outra cidade, Guimarães. Quem visita Guimarães repara que a cidade está sempre limpa e airosa! Existe um cuidado por parte da Camara para que isso aconteça. Os jardins sempre cuidados, as flores podadas, as folhas limpas, etc... Será que o mal não estará nos nossos prisidentes? Naquelas pessoas que nós escolhemos para as nossas juntas e camaras? A minha cidade está como a tua e já por diversas vezes estive a fazer trabalho comunitário( voluntário) para as limpar. Se queremos mudar temos de agir! Uma carta para o Senhor Presidente, um artigo de opinião num jornal local, nova carta para o Presidente, existem assembleias de junta, de camara, etc... É necessário insistir sempre e não só nestas alturas do ano. As matas da minha terra nunca estiveram tão limpas, porquê? Insistimos! Resultou? Pois claro, este ano não ardeu nenhuma cá na terrinha. Será assim tão linear? Não, mas dá-nos alento!

    A questão é mais: porque é que eu me vou meter nessas coisa? Queremos mudar as coisas mas estamos sempre à espera que elas mudem por vontade própria ou por osmose e isso, minha amiga, é impossivel. Desde pequena que oiço dizer: "Deixa sempre o mundo um pouco melhor que o encontraste" e da miha parte, gosto de sentir que o faço!