quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Hoje dói-me tanto tanto cá dentro... Porquê? O mesmo de sempre: é estúpido a falar comigo, sem razão, sempre a mesma brutalidade quando as coisas não correm como ele quer! E eu que tenho tanta vontade de lhe responder na mesma moeda mas quando isso (quase) acontece, quase porque sei que não lhe falo da mesma maneira, não com o mesmo tom, como hoje de manhã, ele vai e desliga-me o telefone... Des-li-ga... Assim, sem mais nem menos... E depois eu, feita parva e estúpida porque não quero que ele fique chateado comigo (burra, burra, burra, quando é que aprendes???) ainda lhe ligo, quando saio para o almoço e ele "o que é que queres?" (assim, tal e qual) e eu muito meiga, como sempre (burra, burra, burra, quando é que aprendes???) "era só para te dizer que não te desliguei o telefone na cara..." "pois não fui eu, tava farto de te ouvir, o que é que queres?" Assim amiga, sem tirar nem pôr, num diálogo de surdos em que eu lhe digo "era só para saberes que não fui eu blablabla" e ele me responde a mesma coisa "sim fui eu o que é que queres?" "nada, pronto era só isso!!! tchau" e ele nem tchau nem nada. Desliga. Des-li-ga...
Porque choveu a potes hoje, certo? E a chover a potes não dá para andar de mota certo? Portanto, ficou em minha casa, no mesmo sítio onde ele a deixou a noite passada, que é atrás do carro do meu pai, que está fora da garagem (sabes como são as garagens dos portugueses: cabe tudo menos o carro. no caso da minha garagem o carro do meu pai até cabe, até tem estado lá desde há meses até há uns dias atrás. tirou o carro, foi dar uma volta e não o voltou a guardar. ficou dentro de portões mas fora da garagem acho que percebes). Durante a noite, apesar de eu não gostar muito (a maior parte das vezes o meu pai nem chega a saber, já por causa das tosses), porque pode sempre ser preciso alguma coisa (mas pronto, tá lá o meu carro e a carrinha hiace do meu pai para o caso. menos mal), mas fica lá, sempre fica mais resguardada do que à porta da casa dele até porque a minha rua é sem saída e portanto praticamente sem trânsito. Acontece que hoje liga-me às 8:30 "já viste o tempo? a mota vai ter que ficar aí!" "mas, mas.... e o meu pai e pode ser preciso o carro e e e e..." "então, ele tem a toyota, usa a toyota!" "mas mas mas mas mas..." O que é que eu podia fazer Inês??? Rezar, nada mais!
Portanto liga-me às 12:30 "já viste o tempo, agora tá a ficar melhor e já pensei ir buscá-la na hora do almoço" Plim! "então, podias ir!!!!" "ah mas não!" "mas ó nelson, em princípio agora de manhã não há problema, mas à tarde não sei... o meu pai vai para Pombal hoje e pode precisar de usar o espaço onde está o carro!" "pode precisar de quê?" "usar o espaço!" "não percebi foda-se fala português!" (ele quando não percebe o que eu digo fica passado vá-se lá saber porquê) e eu já com a calma a fugir-me por entre os neurónios "pode precisar de usar a garagem! USAR!!! UTILIZAR!!!!!"
E pimba! Des-li-ga...
O resto já sabes
De modos que hoje dói-me tanto tanto cá dentro. Porque Inês, nada dura para sempre... Mas eu não sei viver sem ele. Dói-me pensar na possibilidade de nos separarmos, apesar de saber que nada dura para sempre... E dói também porque nestes 5 anos e meio deixei de estar com muitos amigos para estar com ele; deixei de passar mais tempo com a minha família (afinal de contas, aqueles que estão sempre lá...) para estar com ele... Não me arrependo, não é isso... Porque fiz sempre aquilo que me fazia sentir melhor e hoje voltava a fazer exactamente o mesmo. Mas porque penso "e se de repente tudo acabar? o que é que eu faço da minha vida?" Porque eu não sei viver sem ele. Não sei viver sem gostar dele. Não quero deixar de gostar dele e acima de tudo não quero que a nossa história acabe...
 
posted by Papoila at 14:37 | Permalink |


0 Comments: