quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
Da minha infância ou Isto Agora Não Interessa Nada Para Quem Não É Da Minha Família ou ainda Não Me Quero Esquecer Disto Nunca
Recordo à cabeça, vá-se lá saber porquê, aquela vez em que o meu irmão (com mais 9 anos que eu) me deu uma malagueta para provar... "É um fruto", dizia ele. E eu, na ingenuidade dos meus quê, 5 anos? acreditei... Pudera, no meio dos pessegueiros, pereira, anoneira (é assim???) videiras, maracurajeiros e outros que não me lembro, só podia ser um fruto... Ainda por cima tão vermelhinho, mais parecia um morango! :) Depois? Depois só me lembro de chorar, chorar, chorar e esfregar os olhos. Esfregar os olhos! Com as mesmas mãos que minutos antes levavam uma malagueta à boca para provar. Ao colo da minha Mãe, que me tentava consolar, toda eu ardia, toda a minha cara ardia! Meu Deus... Hoje rio-me, rimo-nos, claro! Passados 23 anos ainda me lembro, e bem...
Recordo, muuuuito vagamente, de estar no quarto dos meus pais a dizer a alguém (provavelmente um dos meus irmãos), ou a fazer com os dedos, mais precisamente, a minha idade: três aninhos. Acho que é a minha recordação mais antiga.
Recordo o nosso pastor alemão, nunca conheci animal mais pachorrento e com paciência para aturtar tanta criança junta. Coitado! Para mim, era um cavalo, claro! Enooooooorme!
Recordo as férias em Monte Gordo, o mês inteiro no parque de campismo, a liberdade que era... Todos os anos eu ansiava por aquela altura em que eu podia andar o dia todo em fato-de-banho. A liberdade, sem dúvida... Aquela praia imensa, onde passávamos o dia todo, aquele mar calmo e cálido, as brincadeiras com aquela que, mais tarde e até hoje, viria a ser a minha melhor amiga. Aquela que morava e mora a 5 minutos de mim, mas que eu fui conhecer a 300 km de casa. A apanha da conquilha, que era feita na altura da maré baixa e lá ao fundo, depois do pontão, para o lado de Vila Real. E as pequeninas voltavam para o mar, para crescerem e estarem cá para o ano :). Giro giro era apanhar berbigões e canivetes na ilha de Faro, com os pés cheios de lodo e o saquinho do sal grosso sempre atrás... Os passeios de barco, onde íamos até lá muito ao fundo e a praia já só era um fiozinho de areia. Isto mais tarde, porque antes tinha medo... Não havia quem me enfiasse dentro do barco! E as idas a Ayamonte, não havia ainda a ponte, era de barco, claro. Filas intermináveis, até ao outro extremo da vila, horas e horas à espera... Depois, na viagem, era a contagem das alforrecas. E chegados lá eram as compras nos Arcos, os piqueniques no parque dos macacos, que era mais uma espécie de Jardim Zoológico, pois se até leões tinha! E aquela vez em que um dos macacos puxou os cabelos à Paula? Ou quando aquele outro roubou o jornal ao Rui, qual é que era? Xiii, o Auto Sport, ainda existe?
Eram também os camarões naquele restaurante (merda, não me lembro do nome) que tinha a esplanada cá fora, donde o Pai trouxe aquela caneca (aquilo era mais um jarro, leva o quê, 3 litros?) de cerveja emprestada. Emprestada até hoje!
Ah!, mas havia também aquela época em que tínhamos a tenda no parque de campismo de Setúbal e íamos lá passar todos os fins-de-semana! E havia o Zé Pescador, altíssimo, pele queimada do sol, mãos de pescador, corcunda... O medo que eu tinha dele, comprovado pelas fotografias que tenho no barco dele, a chorar... :)
Depois, há a entrada para a escola primária...

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posted by Papoila at 16:56 | Permalink |


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